Fundamentos Teóricos
A célula, como objetivo de estudo da citologia, pode ser estudada sob diversos aspectos: podemos conhecer sua forma e a de seus constituintes, a natureza química desses constituintes e seu modo de funcionamento. Ou seja, realizar investigações morfológicas, químicas, bioquímicas e fisiológicas, e a cada uma correspondem métodos de estudo particulares. Essa disciplina introduzirá o aluno nos diversos tipos de abordagem normalmente utilizados no estudo da célula.
De uma forma geral, um estudo detalhado da célula e de seus constituintes com a vista desarmada é virtualmente impossível, devido às suas pequenas dimensões. Para se ter uma idéia, as dimensões mais comumente observadas entre as células de animais e vegetais superiores situam-se na faixa de 10 a 20 mm (1 mm = 10-3 mm; 1 nm = 10-6 mm e 1 å = 10-1 nm). Por isso, o citologista é obrigado a se utilizar de instrumentos de aumento para a observação conveniente da célula.
Os estudos morfológicos ou morfo-fisiológicos da célula começam normalmente com o emprego do microscópio ótico, mais comumente denominado de microscópio fotônico (por se utilizar da luz como fonte de formação de imagens) ou microscópio composto (por ser constituído por dois sistemas de lentes sobrepostas: a objetiva e a ocular). Este instrumento pode ser considerado como a ferramenta básica e indispensável de todo citologista.
A observação da célula ao microscópio ótico é feita por luz transmitida, que exige que o objeto a ser estudado responda a certas condições. Para que a luz possa atravessá-lo, o objeto deve ser suficientemente fino. Como raramente uma célula apresenta uma espessura na ordem necessária (5 mm), torna-se necessário fazer fatias ou cortes da célula para atingir a espessura desejada.
Além da espessura, a observação da célula por luz transmitida requer que certas regiões do objeto absorvam mais luz do que outras, ou seja, que esse objeto apresente contrastes. Como os constituintes celulares têm pouco contraste, é necessário se utilizar de colorações artificiais, usando-se corantes. Os corantes são substâncias que absorvem certos comprimentos de onda da luz visível e têm afinidade por determinados constituintes celulares. Outra maneira possível de se criar contrastes artificialmente é utilizar certas montagens óticas especiais que ampliam as diferenças de contraste existentes nas diversas regiões da célula: microscópio de fase, por exemplo.
O microscópio de luz é composto fundamentalmente das seguintes partes:
Partes mecânicas
Pé: base do aparelho, suporta todas as outras partes.
Braço: preso ao pé, rígido ou articulado, suporta o canhão, a platina, o condensador e o espelho ou fonte luminosa.
Canhão: é o tubo onde se dispõem as partes óticas de ampliação, pode ser fixo ao braço ou possuir movimento vertical.
Revólver: é uma peça giratória onde se conectam as objetivas e que permite a instantânea mudança das mesmas.
Platina: é a mesa de trabalho, onde se coloca a preparação para exame, possui uma abertura central que dá passagem à luz proveniente da fonte, pode ser fixa ao braço, ou possuir movimento vertical.
Charriot: é um dispositivo preso à platina, dotado de movimento antero-posterior e lateral, destinado a movimentar a preparação.
Parafuso macrométrico: é um dispositivo destinado a dar grandes e rápidos deslocamentos verticais ao canhão ou à platina, serve para focalização grosseira.
Parafuso micrométrico: é um dispositivo destinado a dar pequenos e lentos deslocamentos ao canhão ou platina, serve para focalização fina.
Sistema de Iluminação
Espelho ou fonte de luz direta: preso à parte inferior do braço, refletindo ou projetando a luz para a parte inferior do condensador.
Diafragma ou íris: colocado sob o condensador, destinado a restringir o diâmetro de feixe luminoso.
Condensador: é um sistema ótico de refração, preso à parte inferior do braço sob a platina, podendo ou não possuir movimento vertical (e lateral para centralização), destinado a fazer convergir sobre a preparação a luz proveniente da fonte.
Sistema de ampliação
Objetiva
Ocular
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